Na nova comédia da Netflix Mistério no Mediterrâneo, Adam Sandler e Jennifer Aniston encarnam como marido e mulher diante de um relacionamento desgastado. Em meio a um monte de mentiras, um policial e uma cabeleireira tentam resgatar o romance em uma sonhada viagem à Europa, uma promessa antiga de casamento que nunca se realizou. Mas, o que parecia ser uma lua de mel perfeita para celebrar mais de 10 anos juntos vira uma enrascada. Quando menos esperam, os dois se vêem não apenas no meio de uma investigação de assassinato, como os principais suspeitos por serem os únicos gringos.
Bom, para começo de conversa, a comédia de mistério da Netflix, é menos a primeira, e mais o segundo. Quem aparenta estar se divertindo mais aqui neste longa, é o casal do trama. Certamente, eles se divertiram mais que o espectador em Mistério no Mediterrâneo.
As poucas risadas que o filme de Kyle Newacheck consegue arrancar, vêm pelo talento cômico de Sandler (que anda muito enferrujado se comparado a outros comediantes atuais), e uma intervenção ou outra do ator Luis Gerardo Mendez, que faz o papel de um cara que pouco entende a língua inglesa.
Jennifer Aniston parece ligada nos 220V, tagarelando e verborrágica. Contudo, deve-se afirmar que a atriz mundialmente famosa pela série de televisão Friends mostra-se muito à vontade nessa rede de “mistério”
É a partir do assassinato que o filme, enfim, encontra um rumo. Sob o verniz do verão europeu, com uma fotografia que explora as belíssimas paisagens de Mônaco, o roteiro de James Vanderbilt se transforma em uma embaralhada busca pelo responsável pelo crime, variando (e descartando) suspeitos com imensa agilidade. O crime em si não importa, o foco é mesmo na dinâmica entre Sandler & Aniston em fugir dos imprevistos que surgem a todo instante. Não chega a brilhar, mas funciona.
É uma pena que Mistério no Mediterrâneo demore tanto a se encontrar, perdendo cerca da metade de sua duração em piadas tolas e preconceituosas. No mais, para surpreender como todo filme de detetive que se preze, Mistério no Mediterrâneo pode divertir sim. Mas talvez seja necessária a disposição de colocar o cérebro no colo e fazer carinho nele como a um gatinho. É um exercício de muita devoção e que exige prática, mas que pode surtir, enfim, algumas risadas.
[rwp-review id=”0″]